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terça-feira, 22 de abril de 2014

Conhecendo nossa origem!!!


Para quem não conhece essa é um pouco de nossa história!!!
Vale a pena conhecer... essas informações é resultado de uma longa pesquisa iniciada em 2003 no Projeto Iniciativas para uma Gestão Costeira sustentável - Dep. Geografia UFC e Instituto Terramar... na qual fiz parte da equipe. Muitos
dos moradores entrevistados já não vivem entre nós, mas deixaram sua sabedoria... quero dividir com vcs um pouco de nossa história que aprendi com esses sábios mestres...


Fonte: Facebook - Grupo Amantes do Paraíso - Flecheiras - Ce



































Hino de Flecheiras - Com imagens de nossa terra


Dia de Flecheiras - 19 de Abril!!!! Eu apoio essa ideia!


História de Flecheiras - Em versos e Prosa Autora: Rita de Sena Sousa



HISTÓRIA DE FLECHEIRAS EM VERSO E PROSA

ONTEM E HOJE

AUTORA: RITA DE SENA SOUZA


Leia com muita atenção
O que vamos descrever
É a história de FLECHEIRAS
Para você conhecer
Como era antigamente
Pretendemos esclarecer.

Não temos documentos
Para poder lhe provar
Foi dito por moradores
Mais antigos do lugar
Que onde são ruas hoje
Era tudo praia e mar.

Contaram os antepassados
Que um navio naufragou
Carregado de barras de ouro
E nessa praia encalhou
Salvou-se a tripulação
E todo seu ouro enterrou.

Diziam assim nossos pais
Que seus avós lhe contaram
Que nestes séculos passados
Os índios aqui habitaram
Quando viram o homem branco
Pelas matas se embrenharam.

Eles caçavam e pescavam
Em noite de lua cheia
Atirando com arco e flecha
De pés descalço na areia
Na sua língua diziam:
“FLECHEIRAS” bela sereia.

E assim foi derivado
Daquela flecha seteira
Este nome sendo escrito
De uma ou outra maneira
Cada qual como sabia
Parece até brincadeira.

Naquela época não havia
Nenhum habitante aqui
Os navegadores entraram
Na mata que tinha ali
Encontraram umas choupanas
Nas margens do rio Trairi.

Diz a história ainda hoje
Que as matas aqui encostavam
Com muito animal selvagem
Pássaros nas árvores cantavam
Não havia dunas de areia
Era saindo do mar que formavam.

Os jovens que aqui nasceram
E não conhecem o passado
Leia e preste atenção
O que aqui está narrado
Veja como foi sua terra ontem
E como hoje está mudado.

Esta praia antigamente
Tinha grande manguezal
As casas eram cobertas
De palhas do coqueiral
A pesca daquela época
Era tarrafa e curral.

Ali em redor da Capela
O Maceió se estendia
Tinha o mangue sapateiro
Como o povo conhecia
Se pegava guaiamum
Que dos buracos saiam.

Aqui existiu um coqueiro
Como não teve outro igual
Com quatro galhos frondosos
Que assustava o pessoal
Pertencia ao velho Sindôr
Um vaqueiro de curral.

Nos galhos deste coqueiro
Cantavam graúna e jandaia
Ele nasceu e cresceu
Onde hoje é rua da praia
Se quiser ter mais certeza
Pergunte o amigo Bídaia.

Havia muita ave bonita
Que hoje está em extinção
Gaivota e pecapara
Jaçanã e gavião
A linda garça branca
Sabiá e corrupião.

O repelente urubu
Voando cruzava o céu
Martim pescador e João de barro
Coruja, canário e xéxeu
E não podemos esquecer
O barulhento téteu.

O lindo galo de campina
Lá no alto do coqueiro
Ao raiar do sol brilhante
Sempre ele era o primeiro
Que cantando acordava
O pescador companheiro.

Em FLECHEIRAS tem um morro
Quem vem aqui tem que ir
Conhecê-lo e avistar
O município de Trairi
É revestido de arbustos
Guagirú e murici.

Este morro que falamos
É de muita tradição
“Sobradinho” é seu nome
Parece uma embarcação
De dia é bela paisagem
De noite à assombração.

Quando cai a chuva forte
Vem descendo em correnteza
Se formam lindas lagoas
O banho lá, é uma beleza
Os visitantes assim dizem
“Bonita por natureza”.

Tem outro morro também
Que por nós é conhecido
Eu era garota e corria
Ao seu redor sem perigo
É o velho cocoruta
Mas sobradinho é o preferido.

Vou continuar falando
Do passado e do presente
Dos anos vinte a noventa
Tudo está em minha mente
Quem sempre aqui residiu
Se recorda certamente.

Fiz uma pesquisa nas casas
E muita gente contou
O caso da grande baleia
Que nesta praia encalhou
Cortada por tubarões
Muito sangue derramou.

Festas e danças do côco
Era o que aqui mais tinha
Reisado, pastoril e drama
Partidos com sua rainha
Para dançar valsa e tango
A convidada era Ciurinha.

Só tinha um comerciante
Alguém deve se lembrar
O Sr. Raimundo Teotonio
Em quem mais posso falar
Ao morrer deixou saudades
A todos deste lugar.

Veja só a diferença
Você que conhece agora
O numero de comerciantes
Gente daqui e de fora
A vivência que tem hoje
Para aquela de outrora.

Nos anos trinta chegou
O querido mestre sabino
Um professor respeitado
Deu prova pelo seu ensino
Todos lhe tiravam o chapéu
Homem rapaz e menino.

Antes do professor chegar
Tinha colônia, escola e eleição
O que causou grande medo
Foi a passagem de um avião
Todo povo se assombrou
Pensando ser um canhão.

Corria gente chorando
E outros diziam assim
É um castigo do céu
Que vem direto prá mim
Depois foram acostumando
Até passar o zepelim.

Aqui nos anos quarenta
Houve uma grande fartura
Do mar encalhou borracha
Já sabem que nessas alturas
Ficou muita gente rica
Pois a parada era dura.

Quando a noticia se espalhou
Veio gente até do sertão
Cada qual trazia consigo
Uma lanterna na mão
E na praia parecia
Uma grande procissão.

Uns pegavam borracha a noite
Outros ao amanhecer do dia
Era um vai e vem sem parar
Um comprava outro vendia
Neste momento todo
Dinheiro no bolso crescia.

E FLECHEIRAS continua
De beleza sem igual
Faz contraste o azul do mar
Com o verde do coqueiral
Comprovado o que se vê
Neste imenso litoral.

São dunas de areias brancas
O jangadeiro a lutar
Contra as ondas bravias
Enfrentando o vento e o mar
Grita forte o companheiro
É hora vamos pescar.

Na preparação para a pesca
Nada lhe deve faltar
Na jangada de seis páus
Bem antes do sol raiar
Tudo pronto pra partida
Remo, vela e samburá.

Hoje em dia estas jangadas
Não tem mais o seu valor
Fizeram outras de táboas
Forradas com isopor
Dando assim mais proteção
A vida do pescador.

Lá vai a branca jangada
Com o pescador corajoso
Abençoou a seus filhos
Abraçou a esposa saudoso
Ela fez uma prece dizendo
Deus te acompanhe meu esposo.

Quando encontram muito peixe
Fazem boa pescaria
Só voltam no dia seguinte
Feliz com muita alegria
Agradecendo a São Pedro
A Deus e a Virgem Maria.
Tem a pescaria de redes
Que é um enorme arrastão
Pega peixes variados
E o gostoso camarão
A garotada aproveita
Para apanhar uma porção.

Os moradores daqui
São gente boa e hospitaleira
Os homens são pescadores
E as mulheres rendeiras
Todos aqui se conhecem
Na comunidade inteira.

A mais de 50 anos
É bom que se justifique
Vindo de Lagoinha
O Sr. Jonas Henrique
Veio morar nessa terra
E Deus lhe disse aqui fique.

Ele focou com certeza
Sendo de todos amigo
Trabalhou para tornar
Este lugar conhecido
Que já está na história
E o seu povo agradecido.

A Capelinha daqui
O padroeiro é São Pedro
Para sua construção
Falo a verdade sem medo
Quem deu o primeiro passo
Foi Jonas Henrique Azevedo.

Padre Irineu Lima Verde
Em 38 era o vigário
Numa casinha de palha
Que serviu de santuário
Celebrou a primeira missa
Rezou com o povo o rosário.

O povo unido trabalhou
Para fazer a Capela
De pedras do mar trazidas
Foi feito o alicerce dela
Passou por mãos de arquitetos
Para torna-la tão bela.

Neste tempo não havia
Estrada nem condução
E a comunidade queria
Uma casa de oração
Foram buscar os tijolos
Trazidos de mão em mão.

Os pescadores diziam seu Jonas
Vamos ajudar o senhor
Trouxeram a madeira nos ombros
Com muita fé e amor
Para fazer a morada
Do primeiro pescador.

No ano 52 em outubro
Foi batizada a Capela
Com muita gente presente
Com banda, flores e vela
Foi o padre Zacarias
Quem deu a benção a ela.

A barquinha de São Pedro
Minha mãe faz doação
Sendo ela seu andor
Quando tem a procissão
Fabricada em Mundaú
Foi dada de coração.

Seiscentos mil reís na época
Foi quanto o trabalho custou
Genesaré é seu nome
O povo todo aprovou
Diz a Bíblia foi o lago
Onde Jesus e Pedro pescou.

Os dias mais belos é em junho
Na festa do padroeiro
Tem a procissão marítima
De jangada e barco veleiro
A Santa missa é celebrada
A Sombra de vários coqueiros.

Tranquila, serena e calma
A vida aqui continuou
Flecheiras adormecida
Um belo dia despertou
Com suas ruas iluminadas
A luz elétrica chegou.

Somente a lua e as estrelas
Brilhavam com seu clarão
Todos tinham em suas casas
Para acender um lampião
Mas as crianças de hoje
Tem medo da escuridão.

Foi Sr. Jonas quem fez
O progresso vir aqui
Quando ele foi prefeito
Do município de Trairi
Ficou tudo transformado
Coisa igual eu nunca vi.

Aqui não entrava carro
Pois não podia passar
Devido a quantidade
De areia a beira do mar
Se viesse pelas dunas
Era só pra se atolar.

Ele construiu uma estrada
Que o turista gostou
Fez calçamento, fez praça
E uma TV colocou
Fez uma porção de reformas
E o cemitério ampliou.

E também a Teleceará
Grande comunicação
Atende de dia e a noite
A toda população
E sempre vem para cá
Um parque de diversão.

Hoje em dia é grande o tráfego
De ônibus e caminhões
Que vem superlotados
De material prá construções
Para fazer casa do povo
Muros, sobrados e mansões.

Houve grande descobertas
Que antigamente não tinha
Como a pesca da lagosta
Com manzuá sem a linha
E na grande maré sêca
A pesca da alga marinha.

Ao entrar nesta cidade
Você vai logo avistar
Um luxuoso restaurante
O belo “Hotel Solar”
É o cartão postal desta praia
Ao sol, a brisa e o mar.

Tem outros bons restaurantes
Para comer uma peixada
Tem o S. Pedro e o Quebra ondas
O Edmar na entrada
O Raquel fica no centro
Para o visitante a pousada.

Tem outros bares também
Mercearias e cantina
O recanto dos jangadeiros
Que fica ao lado de cima
Tem o veleiro e o Zé Barros
É só dobrar a esquina.

Turista que vem a FLECHEIRAS
Duvido que ele saia
Sem beber um côco verde
Com Wisque, ipioca na praia
Camarão no alho e óleo
Lagosta e munqueca de arraia.

Lá nas dunas tem uma água
Pura, límpida e natural
Que já é especificada
Como água mineral
Tem engenhos pra moenda
Com sítios e canavial.

Quem já conhece esta praia
E faz tempo que aqui não vem
Vai ficar admirado
Com tudo que aqui já tem
Hotel, restaurante e clube
Campo e farmácia também.

Se não conhece FLECHEIRAS
Posso lhe dá uma pista
Compre jornal de turismo
E na banca uma revista
E logo você encontra
Desde paraiso uma vista.

Nossa terra tem um privilégio
Atenção que vou falar
Dos seus filhos ilustres
Seus nomes aqui vou citar
Tem gente na Assembléia
Tem manequim e militar.

Dr. Henrique Azevedo
Deputado Estadual
Flávio Azevedo e Célia
Vereadores municipal
Tem Ana Lúcia Carneiro
Manequim internacional.

Ela casou na Itália
Hoje mora em Veneza
E as professoras formadas
Posso dizer com certeza
Rosa Maria em trairi
Edineide em Fortaleza.

Ele saiu daqui bem jovem
Trocou sua vida pacata
Pelo Rio de Janeiro
Esta noticia é exata
É Frutuoso Nasário
Um capitão de fragata.

Na policia militar
Tem o Sargento Oliveira
Sargento Silva e o Santos
Que na marinha fazem carreira
Na aeronáutica Tenente Vicente
E mais outros de FLECHEIRAS.

Todos estes nomes escritos
Que acabei de falar
São filhos de pescadores
Nasceram neste lugar
Estão pelo Brasil afora
Só vem aqui passear.

Um grande amigo desta terra
É o Tenente Almir Moreira
Que já é considerado
Ser um filho de FLECHEIRAS
Anima festa e desfiles
E mais outras brincadeiras.

Faz regatas e corridas
Serenatas a violão
Na bela lagôa piscina
Houve uma competição
Pois é ilustre professor
De física e natação.

Eu ofereço estes versos
A quem ler e der aprovo
É uma forma carinhosa
Que retribuo a meu povo
Também sou filha daqui
Pedaço de um Brasil novo.

Vou terminar minha história
Não sei se lhe agradou
Só disse o que sabia
E o que  o povo falou
Vou ficar no anonimato
Descubra agora quem sou.

28.03.1990